quarta-feira, 9 de março de 2016


Crédito foto: http://canalaetv.com.br/etiquetas/casamento-primeira-vista


A ILUSÃO DE QUE É POSSÍVEL VIVER SEM NUNCA SOFRER

Um dos realities shows favoritos de minha esposa é apresentado no canal A&E, sob o título de "Casamento à Primeira Vista".

Seis pessoas se submeteram ao matrimônio sem sequer ter trocado uma palavra com o cônjuge antes. Inscreveram-se no programa, aceitaram as condições e, pam! Apresentaram-se no local do casamento civil com a cara e a coragem.

Passaram alguns dias juntos e, após alegrias e desentendimentos, tiveram que decidir se continuavam ou se divorciavam. Ou seja, tudo foi feito às avessas. Primeiro casaram, depois foram se conhecer.

Sem entrar no mérito da questão moral que envolve o reality show, causou-me especial curiosidade observar a vida de uma das participantes, de nome Jamie, cujo cônjuge chama-se Doug. O rapaz em tudo parece gente boa; não há tempo ruim pra ele. Já ela, tem a alma marcada por cicatrizes de traumas acumulados desde a mais tenra idade. Passou a infância e parte da adolescência assistindo discussões ásperas entre a mãe e o padrasto. Morou dentro de um trailer e, ao que tudo indica, foi vítima de alguma forma de abuso por parte do padrasto. É o que o programa deixa entrever...

Ela, a duras penas, se formou em enfermagem, mas nem por isso se viu livre de seus traumas. Inscreveu-se no programa do canal A&E e lhe deram Doug como esposo. No dia do casamento, ela o estranhou, teve uma impressão depreciativa do jovem, não gostou de sua aparência, etc. Após hesitar, disse "sim". No entanto, durante as comemorações, sentou-se no chão e chorou...

O jovem Doug a tudo suportou. Ao contrário dela, sentiu-se atraído pela jovem -- de fato bonita --, e mostrou-se satisfeito pela esposa que lhe deram, apesar de notar que ela, até certo ponto, o rejeitava.

Porém os dias de convívio a fizeram perceber que Doug é uma jóia rara. Jovem responsável, romântico, atencioso e de bom temperamento. A família dele a acolheu como se fosse uma filha.

E eis que chega o dia marcado para decidir se continuava casada ou se divorciava. Doug disse "sim", ela também...

O quadro se revertera. Tudo havia mudado, tudo a encantava. Mudaram-se para uma nova casa, maior e melhor. Seu sonho estava se realizando...

Até que ela sente aflorar um desejo enorme de ser mãe. Não se contém, vai almoçar com os pais de Doug e conta tudo pra eles. A família do esposo, entretanto, pede-lhe prudência: -- "Melhor esperar um pouco", dizem.

Ela tenta se conter, mas acaba contando ao marido... E ele se aborrece com a ideia, por achar muito prematuro. Quer ter filhos, mas não agora. E ela se entristece novamente, revive seus dias de incertezas, etc.

Provavelmente tudo acabará bem. Ela irá refrear a ansiedade e engravidar quando for mais conveniente. Seja como for, a vida dela é emblemática, pois exemplifica o quanto a vida nesta terra é cheia de altos e baixos e o quanto o sofrimento se faz presente.

"Quem vence sem dor, triunfa sem glória!" Não iremos encontrar neste mundo nenhum mortal cuja vida é isenta de dificuldades. Por isso é importante sabermos educar nossos filhos para a luta. Infelizmente vê-se muita gente negando a existência do pecado original, inclusive muitos pastores cristãos. Não me refiro exclusivamente aos evangélicos, mas de pastores no sentido daqueles que conduzem seu rebanho de fiéis, portanto, também me refiro aos sacerdotes.

É preciso ensinar nos púlpitos que o pecado original é uma realidade que acompanha o homem desde sua origem. E soma-se ao pecado original muitos outros crimes, que também são causas de sofrimento. Não adianta culpar só Adão e Eva, somos todos responsáveis pelo sofrimento que há no mundo.

O pecado, seja como for, não é paralisante. Deus nos concedeu muitos meios de progredirmos física e espiritualmente: através do arrependimento, dos sacramentos, do amor a Ele e ao próximo. O amor tudo conquista, tudo pode e ao Bem Supremo nos remete. Por isso São João da Cruz afirma que "no entardecer desta vida sereis julgado segundo o amor".

Recomendo também o artigo: Pecado Original e Sofrimento



Um comentário:

  1. É exatamente isso!
    Acho que isso explica o porque nossas avós eram muito mais felizes do que as mulheres de hoje em dia.

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